domingo, janeiro 8

À procura dela.....


Querendo ver a lua, saí à procura dela. Pensei onde estaria escondida, por entre tantas nuvens, tanta luz que a cidade emitia. Saí no carro e pela estrada fui andando. Olhando pelo vidro. Céu acima a pensar onde estaria. Não a vi. Não a conseguia encontrar , até que me lembrei que ela amava o Sol. Que correu toda a sua vida atrás dele sem nunca o conseguir encontrar com as excepções de alguns dias em que ao amanhecer se cruzavam.
Andei muito. Muito conduzi até que parei algures perto do mar onde as luzes da cidade já não prejudicavam. Sai do carro e lá estava ela, cintilante, no seu esplendor. Estava cheia, emitia tanta luz que me faziam ver quase tanto como quando o sol estava presente.Disse-lhe olá duas vezes . Gritei-lhe que olhasse para mim pois precisava de desabafar. Que visse que todas as noites me acompanhava e me cobria com toda a sua luz. Ela não respondeu, não murmurou, nem um piscar me deu.
Era uma noite húmida mas bonita. Sentei-me então ali numa pedra saliente que me saltou à vista e fiquei a olhar enquanto ela era coberta e descoberta pelas nuvens que cá em baixo por ela passavam, perdi então o brilho dos olhos, deitei uma lágrima sentida , envolta num secretismo só meu, de um erro que cometi e que tento a todo o custo emendar, mas sobretudo de momentos que foram breves mas que nunca esqueci, foi uma lágrima amada mas que em sangue se tornou, numa dor imensa de amar.
O Sol então chegou, altivo e senhor, reparei que ele e ela se olharam durante alguns instantes, para que ele, depois sem grandes complacências , a apagou do céu.
Meti-me então no carro,voltei para casa e dormi. Esperando que a noite chegasse novamente e ele a deixasse brilhar novamente….

1 comentário:

Anónimo disse...

Gostamos do texto.
Mas quem é que te anda a inspirar?